terça-feira, 10 de maio de 2016

CRISE MORAL





Tenho assistido estarrecido a crise que vem passando o meu país. Ultrapassando todos os limites possíveis e imagináveis. A República esta doente, marcada pela ausência de credibilidade política, administrativa e financeira, levando a afugentar a maioria dos investidores.
O Supremo Tribunal Federal vem sendo o divisor de águas e realiza a passos lentos a limpeza que a Nação não logrou realizar.
Foram muitos os movimentos de combate à corrupção, mas o povo, mesmo assim, reelegeu as velhas raposas do poder. O dinheiro e o patrimônio cuidado por políticos que pouco interesse tem com o erário.
As mentes brilhantes, os pensadores e as principais figuras éticas da nação desmotivadas com o estado de coisas que assolam o Brasil, veem distante o retorno da credibilidade, maximizada por uma crise adubada pelo interesse dos que como abutres desejam, a todo custo, voltar ao poder, e aos antigos aliados do Planalto que desejam e tomaram conta da Nação.
O futuro é incerto, as perspectivas não são as melhores, mas o Brasil é forte e logrará sair desse buraco criado pelo desgoverno aliado a corrupção enraizada nas instituições de poder em todas as suas esferas e níveis.
O Presidente do Conselho Federal da OAB, Dr. Cláudio Lamachia, em recente entrevista publicada no site oficial da OAB, destacou que os recursos que escorrem pelo ralo da corrupção estão faltando em políticas públicas básicas, concluindo que “mais do que a crise econômica e política, estamos numa crise ética e moral sem precedentes.”
O Brasil atualmente padece com um governo central frouxo e sem legitimidade; um parlamento conservador e afável ao abuso do poder econômico; um judiciário vaidoso; e  uma imprensa tendenciosa e manipuladora.
Esse estado de coisa leva a total desânimo e decepção da população, que não vê nenhuma luz no fim do túnel. Longe de querer defender o caos total e a impossibilidade de crescimento econômico e político do Brasil, mas essa combinação aqui desenhada é uma bomba atômica para qualquer república.
Desde a redemocratização o Brasil, vem, gradativamente, aumentando em progressão geométrica as desigualdades sociais, sempre temperadas com a degradação moral das instituições. Na ditadura, segundo estudos e informações, quase tudo era do mesmo jeito, com uma diferença, as coisas eram “por baixo dos panos”.
Recentemente o Jornalista, Antonio Augusto de Queiroz, apresentou virtuais aspectos positivos dos governos dos últimos dez anos, asseverando existente redução significativa da cultura do segredo, até então a tônica da República. Para ele tal constatação filia-se a aprovação de normas voltadas para ampliar a transparência, o controle, o acesso à informação e o combate à corrupção, listando: Lei da Transparência, que obriga a divulgação, em tempo real, dos gastos governamentais nos três níveis; Lei de Captação Ilícita de Sufrágio; Lei da Ficha Limpa; Lei Geral de Acesso à Informação; Lei de Combate à Lavagem de Dinheiro; Lei de Conflito de Interesse; Lei de Responsabilização da Pessoa Jurídica ou Lei Anticorrupção; Lei da Delação Premiada; Emenda Constitucional do voto aberto na cassação de mandatos e apreciação de vetos; dentre outras.
Nem mesmo esse cabedal de normas conseguiu minorar o drama da crise moral e ética que assola o Brasil e, não poderia ser diferente, porque não se resolve uma crise ética e moral, cartorialmente, editando leis.
Essa realidade é desesperadora, ao mesmo tempo em que desanima, a população de todos os níveis, não há um único fio de confiança. É sempre latente a sensação de que quem entrar vai se corromper.
Meu filho mais velho, homônimo, me perguntava certo dia: “- Pai, o que será do nosso País? Todo mundo é ladrão? Teremos futuro? Acho que as coisas estão de mal a pior!” Estávamos viajando e demorei um pouco a responder, mas em meio ao silêncio, pontuei: - Meu filho, o futuro do nosso país está ao meu lado. Nós só temos esperança na juventude que assiste estarrecida essa bandalheira e indecência. São vocês, os jovens, que salvarão nosso Brasil. Não desanime! As coisas historicamente já foram piores.
Esse é o retrato recortado e sem aprofundamentos do sentimento da população em geral, que não acredita nos políticos, gestores e governantes. Com a imprensa, muitas vezes, fazendo o povo de marionetes e o Judiciário, por sua vez, tentando ser o salvador da pátria, contudo, com sérios problemas internos. Prefiro ficar com o velho adágio popular: A esperança é a última que morre!

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